De volta para o passado (e o que aprender com ele)



Eu estive em Londres, estive nas ruas onde milhares já morreram, milhares já lutaram, milhares se cansaram de lutar por dias melhores, estive andando por pedaços de terra aonde já houveram trocas de espadas, onde pessoas já morreram de peste negra e mulheres já foram queimadas e tudo isso me faz pensar em tudo isso, em todos eles. Eu conheci o lugar onde figuras como Elizabeth I e Ana Bolena, ou talvez até mesmo Mary Stuart rainha da Escócia tenha ficado, visitei celas como as de Robert Dudley, e o castelo de gerações e gerações de pessoas que decidiram o futuro de milhares e bilhares, eu não pude ver tudo nem todos, mas eu também estive em Paris, e vi lugares financiados por grandes figuras como Catherina de Medici, vi onde grandes reis passaram com suas carruagens a caminho de Versalhes e vi o lugar onde muitos gritaram por revolução, estive aonde pessoas enfrentaram os piores momentos da história, onde aconteceram as maiores guerras da historia da humanidade e durante esse período todo me senti entorpecida, sem saber direito o que pensar ou o que sentir, como se aquele solo tentasse me contar tudo o que viu através dos séculos de uma vez só, tudo ao mesmo tempo, e eu como humana não fui capaz de sentir nada direito, mas senti seu movimento e é diferente do modo como os livros descrevem, sempre pensei que grandes guerras e evoluções fossem mais limpas, mais sangrentas, menos politicas e mais força braçal, e pensei também que tudo o que vivemos no Brasil por exemplo fosse bagunçado, mas a realidade é que lá tudo sempre foi caos e que o caos os ajudou a encontrar o caminho. Então talvez não seja a minha principal questão como vencer o Caos, como domá-lo e sim seguir fluindo em sua correnteza. Pessoas como Mary Stuart, Elizabeth I e Catherine de Medici lutaram a favor do caos, lideraram a correnteza para onde podiam e até quando podiam, tenho medo de onde o caos nos levará, tenho medo de me afogar no percurso ou não chegar a ver o resultado, os mais velhos parecem conformados e alguns inflamados, os mais novos igualmente inflamados ou confusos, mas não temos uma Joana D'Arc para nos guiar, ou uma rainha para levar a correnteza e eu temo por tudo e todos,
Eu confesso que enquanto estive fora não pensei assiduamente em meu país, não pensei em politica e com certeza não pensei na minha questão sobre o caos, eu só conseguia pensar sobre como tudo aquilo era lindo e séculos e mais séculos haviam se passado sobre aquele chão, apenas aqui de volta ao meu pais entendo o que o solo dos dois países  que mais foram inimigos me ensinaram e como me auxiliaram.


Meg.

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