Dor.




Eu já disse aqui como me sinto velha, como sinto como se minha história tivesse acabado e tudo o mais, mas na real eu me convenço todos os dias de que não! De que eu só estou começando e que na verdade eu não sou mais jovem adulta quanto sou adolescente, eu não tenho 20 anos cara! Eu posso não sair todas as noites ir nas baladas da vida curtir loucamente as musicas do momento,  mas isso não quer dizer que sou adulta, que estou pronta para ser jogada em um mundo onde as pessoas são introduzidas levemente. Eu sei que minha mãe engravidou aos 17 anos e teve que entrar correndo neste mundo, e sei que minha bisavó viu em meu pai uma pré disposição para vadiagem e que tendo outros 5 irmãos mais novos com a separação de meus avós foi também jogado nesse mundo adulto, sei que as coisas com o meu irmão mais velho foram conturbadas e que ele ao sair de casa com 18 anos foi jogado em mundo adulto para o qual não fora antes preparado, mas não é possível que só possa ser assim, que não se possa viver a adolescência para a adultesa com tranquilidade, meus pais dizem que nunca passaram por essa faze antes, mas isso não lhes dá em momento algum carta branca para me tratar do modo como estão tratando, não lhes da o direito de me machucar mais do que já estão machucando, eu não sei o que é amor da parte da minha mãe desde os 11 anos, ela me tratou como um lixo minha adolescência toda, fazendo com que eu quisesse me matar chorando de noite lembrando de como ela me tratava bem quando era criança, então o que aconteceu? Será que seu coração endureceu? Eu sei que você tem seus problemas e dificuldades, e eu respeito, eu tolero e alguns dizem que eu tolero até mais do que deveria, mas quando chega a hora em que preciso da minha mãe, que preciso de carinho eu não tenho, não tenho nenhum e agora meu pai se cansou de ser a única pessoa presente em minha vida, ele se cansou de ser meu pai, sem entender que eu não cansei de tentar ser filha deles, eu ainda os amo e só queria que eles me amassem também, eu só queria que eles demonstrassem que eu não estou sozinha porque eu sinto que todos me abandonam e meus pais não podem ser parte disso, eles não podem simplesmente me chutar e dizer que já fizeram a parte deles, não quando eu não fiz 20 anos, não estamos em 1800 eu não sou um peso para eles economicamente, e se o fato é e u não trabalhar eu estou procurando um emprego mesmo não sabendo fazer muita coisa, eu só não queria ser tratada assim, ser tão maltratada do nada, não pelas únicas pessoas que achei que nunca iriam me decepcionar, eu não posso suportar essa estranheza, esse sentimento de que sou uma visita em minha própria casa, de que devo partir. Não quando eu não fiz 30 anos ainda...
Eu sinto falta de todo o amor que já recebi, eu sinto falta de correr do meu pai que vinha correndo atrás de mim com um lençol na cabeça, eu sinto falta dos jogos de xadrez, eu sinto falta de praticar jardinagem com a minha mãe, eu sinto falta do modo que ela me abraçava quando estava de pijama, sinto falta de quando ela sorria pra mim por nada eu sinto falta de ficar perto deles sem a sensação de que precisava me distanciar e o pior é saber que o único abraço que me confortaria das lagrimas que agora rolam contra a minha vontade é exatamente aquele abraço que não vem, e que eu suspeito nunca vai vir, porque não importa o quanto eu fale, nem o que eu diga nada muda e não vai mudar, sem meus pais eu me sinto uma nada, uma ninguém e pior do que isso é continuar tendo eles, é como se a cada momento que eu estivesse sufocando eu voltasse a respirar o suficiente para prender a respiração de novo, sem nunca poder morrer e sem nunca poder respirar. Eu me sinto tão sozinha e ela não faz nada para isso parar, ela reclama tanto de nunca ter companhia, mas não mexe um centímetro para me ter simplesmente por que ela não quer. E agora que as lagrimas pararam vem a calma, uma calma estranha que me diz que ela é só um ser humano com defeitos, é essa a calma que sempre vem, mas eu preciso dizer a essa calma que tudo que eu gostaria de pedir, de implorar, é pela minha mãe e pelo meu pai e isso é a única coisa que eu não posso ter por escolha única deles e perde-los por opção deles dói mais do que perde-los para a morte,


Megan Monteiro.

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