Praia.
Estou me sentindo um pouco perdida, e nessas ocasiões me lembro da minha praia, me pego pensando muito em como ela deve estar... Acredito que não há mais ruínas, não há nada além de areia e mar e sei que posso passear aonde um dia foi meu lar, e pensar em como estou livre e me afundando ao mesmo tempo... Estou crescendo e me esforçando para pensar positivo, para lembrar de ter fé, de ter esperança e criatividade, mas está sendo muito difícil... Sinto que minhas cobiças morreram e não há novas no meu caminho, eu preciso novamente me libertar, voar, preciso fazer mais, mas não sei como, eu me sinto perdida, me sinto louca em um mundo louco e talvez eu devesse ir embora, mas eu sempre penso em ir embora... A questão é que é cada vez mais difícil voar, parece que quanto mais eu cresço mais as minhas asas se despedaçam. Eu sinto falta de escrever e sinto falta dos poemas, sinto falta dos sonhos leves e lindos que me encantavam, sinto falta da esperança que tinha... Eu sinto que todos a minha volta me sugam e talvez eles devam mesmo sugar, e talvez eu deva continuar sendo positiva, mas eu simplesmente não consigo, não consigo me sentir bem como o que estou fazendo apesar de gostar, porque na verdade eu amo escrever e eu amo ler, e eu amo poemas, me deleito com o som dos meus dedos no teclado agora mesmo e amo passear pela minha praia, eu nasci para ser uma escritora mesmo com medo do que pensariam sobre minhas historias, eu só sei que preciso escrever, preciso seguir, preciso ter coragem, mas sinto que é tudo muito mais complexo e que este mundo adulto exige de mim, coisas que eu não posso dar, ele exige muito tempo, um tempo que não quero perder com esse mundo estranho no qual não tenho certeza se quero entrar, eu nasci para ser uma daquelas pessoas que não sobrevivem, não existem, mas sim vivem, eu nasci para ser Margo Roth Spiegelman e não Catherine de Morro dos Ventos Uivantes, eu não estou aqui para morrer de amor, estou aqui para correr com o vendo selvagemente, não me leve a mal, eu não sou feita da mesma matéria que as pessoas destinas a ficarem, sou feita de vendo e maré, como meus pais são, só que eu sairei, não posso ficar vivendo afundada nisso que as pessoas chama de vida, eu não posso e olhando o mar dentro da minha cabeça espirrar água em meu rosto eu sei que estou certa, não sei exatamente que tipo de vida eu quero, mas tenho convicção da vida que não quero.
Megan.
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