Noite de Baile




Ela estava de vermelho, o vestido simples de alguém que não quer aparecer, seu cabelo desmanchando cachinhos, ele com seu cabelo dourado sorriu branco, em preto, ela sorriu em branca luz que vinha de seus olhos. Os deuses sabiam o quanto ela o amava, e haviam de imaginar o quanto ele a amava. Os dois dançaram pela fria madrugada, isso faz tanto tempo, eles rodaram. Não haviam de conversar, pois a respiração que pesava já dizia tudo sobre aquele amor, e a eletricidade que rodava com eles fazia-se sentir nos ossos, um amor que a Lua invejou, que as estrelas costuraram e marcaram para sempre em suas explosões dizendo através do universo bege, como a  pele macia que ele tocava, que eles se amavam. O Sol não teve a oportunidade de ver e se arrependeu até o fim das eras por ter perdido, pois não havia nada ao redor que não sentisse que nada mais importava e que aquele amor perduraria tanto quanto a ignorância ou a ganancia, perduraria tanto quanto a fome ou a esperança, e os dois... Eles não ligavam pra nada, estavam juntos dançando aquela musica suave que tocava, um amor tão puro, tão suavemente encantado, como em um sonho que alguém um dia sonhou. O baile não chegaria ao fim, não para aqueles dois que dançariam eternamente juntos um dia.
Ela estava de vermelho e não estava sendo notada, seu cabelo se alisava com os cachos indo embora, ele com seu cabelo dourado a beijou ternamente branco, em preto, das lagrimas de sua amada, que ninguém além dele notou. Os deuses sabiam o quanto ela sofria e haviam de imaginar que ele também o fazia, a Lua chorou e as estrelas o retrataram no céu para que ela nunca se esquecesse, o Sol marcou em seus poemas que o amor que Shakespeare escreveu jamais chegaria aos pés daquele amor do qual somente havia ouvido falar, que aquela dança eternamente deles, com seus passos e ares presos na doce melodia encantada de amor, embalaria aqueles que se lembrassem de amar como o casal amou e que a garota de vermelho e o garoto de preto dançaria de novo um dia.

Megan.

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