Melissa




   Morri de medo de suas palavras, não da parte da dor, a morte eminente era certeza, agora a parte sobre Random é que me assustava.
  - Vamos relembrar os velhos tempos mio amore - Megan disse sorrindo e me colocou de pé com um olhar, seu sorriso era uma imitação perfeita de um verdadeiro e amoroso.
  - Primeiro começamos com o seu planinho de se transformar em um monstro, você se lembra meu bem? - ela perguntou, e de repente me senti com fome, como se me tornasse humana e a falta de comida de todos esses anos viesse de uma vez só, eu grunhia de fome, sede e frio, me senti tonta.
  - Então seu brilhante ato de tentação - ela disse com uma faca de cortar carne nas mãos, ela andou calmamente até mim, que arfava de volta ao chão, ela segurou meu pulso e o cortou, doeu como se eu fosse humana, e comecei a gritar, ao mesmo tempo que era humana e via meu sangue brilhar eu o queria, queria tomá-lo, queria matar a menina dona daquele sangue maravilhoso.... A menina era eu, as sensações eram as de Megan e então as de Miguel também estavam comigo.
  - lembra de como doeu? Sua idiota, se lembra? - ela me perguntou, minha garganta queimava, meus olhos queimavam, a sensação de estar no ápice de uma forte doença, com sede, não a humana, outro tipo de sede, uma que já tinha aprendido a controlar nos dias de hoje. Eu gritava, grunhia, arfava, pedia para ela parar, Megan apenas sorria, ouvi barulhos na casa, alguém havia chegado, eu não pude ver quem era. Ficamos nessa até ela se cansar de meus gritos, ela parou, senti gotas de suor em mim, elas foram sumindo, meu coração desacelerou até parar de bater, a dor continuava a latejar, fiquei no chão de quatro arfando e querendo chorar, não havia mais lágrimas em mim. Megan foi até mim, agora via Miguel ao seu lado, a gola de sua blusa estava encharcada de sangue, o que me preocupou.
  - Nós te amávamos Melissa, você foi uma menininha muito má. - ela disse e me deu um chute no nariz, Miguel me pegou no colo, eu não conseguia falar, o cheiro de sangue que vinha dele, era o cheiro do sangue de random, ele me levou pelo apartamento e pelo resto do prédio até a porta dos fundos e me deixou jogada perto do lixo em um beco, havia mais dois humanos ali, mortos ao menos a duas semanas, eu não conseguia me mover, pela primeira vez como vampira eu sentia dor, e não era pouca dor, acho que se eu pudesse morrer estaria morta, fiquei ali pelo menos por um dia e meio, sem me movimentar, eu só pensava em Random.

By: Meg

Comentários