Filhos...




Hoje fizeram uma brincadeira comigo, uma brincadeira estranha, você poe o anel de seu dedo em uma corrente e o deixa levitar na palma da sua mão, segurando-o pela corrente, o modo como ele levitar é a quantidade de filhos que você terá, o modo como ele se sacudir mostrará o sexo dos bebês. Tenho que dizer que esse tipo de brincadeira nunca me causou nenhum sentimento, apenas risos, bom... Não causava, porque quando minha irmã fez essa brincadeira comigo, e eu vi o resultado eu não ri. Senti o terror se espalhar por mim com a ideia de futuro, com a ideia de filhos, eu fiquei assustada, com planos e assuntos nunca mais tocados por mim, senti certa dor no coração e certa raiva, dor no coração claro, pois meus filhos sempre serão eles e nada que ninguém diga irá mudar esse fato, e raiva por ver que destruí minha vida muito a fundo, de um modo irreversível. Naquele momento vi realmente tudo o que eu tinha feito a mim mesma, imagino algumas de minhas amigas lendo isso e imaginando como estou errada  A. com certeza pensaria algo do tipo, de qualquer modo sei um pouco do que sinto e sei do mal que me faço, as vezes quando me sinto irônica o suficiente eu começo a rir de mim mesma, mas a dor não tem graça, então me lembro que filhos nunca serão bem vindos, e isso me deprime, não só por meus pais que jubilam com pensamentos voltados pro futuro, mas deprime ao meu ser inteiro por ver como sou amargurada, mas como poderia eu ter filhos se nem mesmo um amor eu consigo suportar? Sei que seria impossível de amar aquele que poderia me dar os únicos a quem voltaria a amar, mas mesmo assim, talvez eu fosse me sentir uma estranha no meio de minha própria família e essa ideia me tortura, sei que aquela brincadeira desencadeou algumas coisas que devia estar morta...

By: Meg

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